ARTETERAPIA - A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS

O que será que elas têm de tão mágico que nos envolve até hoje, quando se vive em uma época de consumismos e imediatismo?

Em arteterapia, a prática mais comum do uso de histórias recai sobre os mitos e contos de fadas, creio que seja uma tendência direcionada pela Psicologia Analítica.

A arte de contar histórias é muito antiga, antecede a escrita. Nesse tempo antigo, as pessoas percorriam grandes distancias a pé e para ouvir histórias. Muitas histórias transpuseram o tempo, foram contadas e recontadas, deixaram marcas em seus ouvintes, direcionaram comportamentos, transformaram o pensar de dirigentes de nações poderosas.

Sem enquadra-los em uma teoria explicativa, verifica-se que, após esses milhares de anos, e milhares de vezes contados, nada mudou, nem se desgastou, deve ser porque a sua essência é preciosa para a psique.

Às vezes, a narrativa parece terrível e mexe em algum ponto dentro de nós, que não é muito claro. Como alguém pode salvar um escorpião. De forma racional, ninguém. Porém, a essência se encontra no significado simbólico da ação. E faz pensar: Sou o monge ou o escorpião? Somos os dois, tudo depende da situação em que se está envolvido.

A magia está na linguagem simples e singela que revela de maneira delicada que a psique é algo familiar a todos, que as vivencias do mundo interior podem ser expressas com simplicidade, por meio, sobretudo, das imagens usadas nestas histórias.

As riquezas dessas histórias residem na liberdade de expressão, nas imagens e não nos conceitos, elas dão liberdade ao leitor de participar da narrativa e se posicionar sem medo de críticas, viver a aventura.

As narrativas evocam pelas suas imagens as nossas imagens, porque expressam as realidades humanas que sempre existiram, existem e existirão, são realidades eternas. Os temas giram em torno de um eixo central único: o ser humano se buscando e buscando o sentido de sua vida.

 

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